Na depressão, de acordo com António Coimbra de Matos (2014), há "uma perda de perspetiva existencial, uma amputação da realização pessoal"; “a perda objetal e a perda narcísica que precipitam a depressão equivalem à perda de uma relação que ficou aquém do desejo e do fantasma”.
«O que indivíduo perdeu não foi uma realidade existente, mas sim uma “realidade “desejada e fantasiada, projetada ou programada. Está triste, não por aquilo que perdeu em concreto, mas por aquilo que não realizou. Não é uma perda do passado, mas sim uma perda do futuro. E é esta a grande diferença entre o luto e a melancolia (utilizando a palavra «melancolia» no sentido lato). E, enquanto o doente não compreender isto, não compreendeu nada do que se passa com ele. Descobrir os projetos suspensos, as tarefas não realizadas (mas que o indivíduo a si próprio se propôs) é a chave do tratamento analítico da depressão. O que o põe triste é o ter desistido. (…)» (A Depressão, 2014).
- Que realidade desejo construir?
- O que preciso compreender?
- O que preciso deixar ir?
- O que posso fazer para a minha realização pessoal?
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Matos, A.C. (2014). A Depressão. Lisboa: Climepsi Editores.
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